tag:blogger.com,1999:blog-89295505624723362892024-03-21T10:28:37.869-07:00JC Assessoria MunicipalPara amantes de uma boa música e para debate sobre atualidades, política, educação entre outrosJoão da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.comBlogger43125tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-25714589251823263812014-04-10T17:29:00.001-07:002014-04-10T17:29:54.804-07:00BLOG DO LUIZ ARMANDO COSTA<a href="http://www.luizarmandocosta.com.br/#.U0c3ditDPAI.blogger">BLOG DO LUIZ ARMANDO COSTA</a>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-82243156538458330782011-06-09T12:31:00.000-07:002011-06-09T12:33:36.806-07:00Mariá Porto - Enfeites de Cabocla (Juraildes da Cruz)<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/jGofP4ABrOU?fs=1" width="425"></iframe><br />
<br />
<div id="watch-description-text"><div id="eow-description">Extraído do DVD "Estampas Eucalol" de Xangai. Cantado por Mariá Porto, sua filha.<br />
Composição de Juraildes da Cruz e João Gomes.<br />
<br />
LETRA<br />
Amanhã estarei bonita<br />
Mais que todas dessa aldeia<br />
Uma espécie de cigana<br />
Semelhante a uma sereia<br />
Vou tomar banho de ervas<br />
Numa bacia de prata<br />
Infusão de amor crescido<br />
Com perfume de mulata<br />
Vou buscar no meio do mato<br />
Uma flor de sapucaia<br />
Para o enfeite dos cabelos<br />
Antes que o sereno caia<br />
Vou pegar no urucunzeiro<br />
Alguns cachos desse fruto<br />
E fazer batom vermelho<br />
Para os meus lábios enxutos<br />
Vou usar o meu vestido<br />
Preparado em pura renda<br />
Um vestido decotado<br />
Que foi feito de encomenda<br />
Amanhã estarei bonita<br />
Para os braços escolhidos<br />
Que nasceu da flor nativa<br />
Temporão prometido</div></div>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-73333120964789544092011-06-02T12:38:00.001-07:002011-06-02T12:38:58.909-07:00As palestras de Lula<div class="IdentificadorPost"><b>Enviado por Arthur Virgílio - </b></div><div class="IdentificadorPost"> </div><br />
<img alt="" height="210" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2011/06/129_251-129-1217-129-1231-arthur.jpg" width="150" />A “consultoria” de Antônio Palocci remete, inevitavelmente, a uma análise das palestras que, pagas a peso de ouro, vêm sendo proferidas pelo ex-presidente Lula. Defensivamente, e já de início, pode um petista pavloviano exclamar: “mas o Fernando Henrique também ganha dinheiro dando conferências!”<br />
À primeira vista parece a mesma coisa: ambos nos governaram por oito anos, supostamente acumularam experiência de Brasil, vivência das questões econômicas, conhecimento do mundo. Logo, nada mais natural do que se dedicarem a orientar empresas, universidades, associações.<br />
Mas as semelhanças acabam aí. E as diferenças começam a bradar: Fernando Henrique sempre se dedicou ao métier; Lula é neófito. Fernando Henrique, além das palestras, mantém contratos com universidades americanas e européias de primeira linha; Lula, não.<br />
Fernando Henrique, sociólogo eminente, recomeçou suas conferências, tanto no Brasil quanto no exterior, num quadro político interno inóspito a ele e ao seu partido; Lula “descobriu” o filão exercendo, de fato, o poder, pois a presidente Dilma Rousseff lhe obedece as sugestões, mais do que as ouve.<br />
Fernando Henrique é solicitado por entidades que pouco ou nada têm a ver com o Brasil; Lula, ao contrário, vê sua participação em eventos vinculados, quase que exclusivamente, a conglomerados que em nosso país atuam ou a países aos quais seu governo dirigiu alguma “bondade’.<br />
Fernando Henrique, se e quando fala para uma LG, por exemplo, meramente lhe passa opiniões; Lula, poderoso na República atual, pode ser via de acesso a benefícios administrativos.<br />
Já ouvi Fernando Henrique inúmeras vezes. Nutro, confesso!, uma certa curiosidade por saber o que Lula diz nesses convescotes de portas cerradas. Pagar por isso, não pagaria nunca. De graça, aceitaria o convite, se me garantissem o direito de perguntar.<br />
Minha singela percepção: assim como a “consultoria” de Palocci nada tem a ver com o trabalho de Pérsio Arida, Gustavo Franco, Armínio Fraga, Pedro Malan, André Lara Rezende, Mailson da Nóbrega, vejo as palestras de Lula como uma montagem, uma farsa, um ato de ilusionismo barato do ambicioso prestidigitador.<br />
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<strong>Arthur Virgílio</strong>, <em>diplomata, foi líder do PSDB no Senado</em>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-37418115099374214992011-06-01T07:28:00.000-07:002011-06-01T07:28:28.615-07:00Garotinho volta a chantagear o governo, agora com a PEC 300<a href="http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/ministro-da-educacao-se-comporta-como-um-esteta-do-homicidio-em-massa-passa-a-ser-um-imperativo-moral-e-etico-dos-homens-de-bem-gritar-%e2%80%9cfora-haddad%e2%80%9d/">Garotinho volta a chantagear o governo, agora com a PEC 300</a>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-26783924637499316712011-05-20T09:07:00.000-07:002011-05-20T09:07:47.277-07:00Depoimento da professora Amanda Gurgel<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/yFkt0O7lceA?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-70164982243165948332011-05-19T15:43:00.001-07:002011-05-19T15:43:35.177-07:00OSWALDO MONTENEGRO - Show Citibank Hall (Melhores Momentos)<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/o0f33-qZmWI?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-47309563325610553362011-05-19T15:26:00.000-07:002011-05-19T15:26:29.800-07:00SEM FANTASIA - OSWALDO MONTENEGRO E TÂNIA MAYA<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/XFj4K6I7rkw?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-72930139282951122772011-05-19T14:55:00.000-07:002011-05-19T14:55:53.046-07:00PortalCT.com.br - Estado - Canções regionais marcam o lançamento do 1º Festival de Música da 96 FM<a href="http://www.portalct.com.br/n/45e97ccdf4b0562b7f4d4d68731b8b04/cancoes-regionais-marcam-o-lancamento-do-1-festiva/?sms_ss=blogger&at_xt=4dd591d3e4b7f4d1%2C0">PortalCT.com.br - Estado - Canções regionais marcam o lançamento do 1º Festival de Música da 96 FM</a>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-66100629100257140282011-05-17T11:49:00.001-07:002011-05-17T11:49:37.855-07:00Visão perversa<strong>Merval Pereira,</strong> O Globo<br />
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<div style="text-align: justify;">Há um aspecto perverso nessa crise do livro didático de português, que o MEC insiste em manter em circulação, que ultrapassa qualquer medida do bom-senso de um governo, qualquer governo.</div><div style="text-align: justify;">A pretexto de defender a fala popular como alternativa válida à norma culta do português, o Ministério da Educação está estimulando os alunos brasileiros a cultivarem seus erros, que terão efeito direto na sua vida na sociedade e nos resultados de exames, nacionais e internacionais, que avaliam a situação de aprendizado dos alunos, debilitando mais ainda a competitividade do país.</div><div style="text-align: justify;">O ministro Fernando Haddad, que já protagonizou diversas confusões administrativas, agora se cala diante dessa "pedagogia da ignorância" que apresenta aos alunos da rede pública a defesa de erros de português, como se fossem corretas ou aceitáveis expressões populares como "nós pega o peixe" ou "dois real".</div><div style="text-align: justify;">(Aliás, cada vez que escrevo essas frases, o corretor de texto teima em sublinhá-las em verde, como se estivessem erradas. Esse computador ainda não passou pelo crivo do MEC).</div><div style="text-align: justify;">Mas é o próprio MEC que veicula anúncios exaltando supostos avanços dos alunos brasileiros no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).</div><div style="text-align: justify;">O país registrou crescimento em todas as notas, embora continue muito abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e mesmo de alguns da América Latina.</div><div style="text-align: justify;">Ora, se o próprio governo baliza sua atuação pela régua do Pisa, como justificar que a defesa de uma alternativa da fala correta seja uma política oficial do Estado brasileiro?</div><div style="text-align: justify;">A professora Heloísa Ramos, autora do livro "Por uma vida melhor", da Coleção Viver, Aprender (Editora Global) acredita ser "importante que o falante de português domine as duas variantes e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala".</div><div style="text-align: justify;">Seria preciso então que as escolas e faculdades ensinassem o português popular para os que foram alfabetizados pela norma culta, numa radicalização esdrúxula que esse raciocínio estimula.</div><div style="text-align: justify;">O caráter ideológico de certos livros didáticos utilizados pelo MEC, especialmente de história contemporânea, ganha assim uma nova vertente, mais danosa que a primeira, ou melhor, mais prejudicial para a vida do cidadão-aluno.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto distorções políticas que afetem posições pessoais do aluno podem ser revertidas no decorrer de sua vida, por outros conhecimentos e vivências, distorções didáticas afetam a perspectiva desse aluno, que permanecerá analfabeto, sem condições de melhorar de vida.</div><div style="text-align: justify;">Fosse o livro uma obra de linguística da professora Heloísa Ramos, nada a opor quanto à sua existência, embora seus métodos e conclusões rasteiras do que seja preconceito contra a fala popular possam, sim, ser refutados como uma mera mistificação política.</div><div style="text-align: justify;">Se fosse um romance, não haveria problema algum em reproduzir a maneira de falar de uma região, ou os erros de português de um personagem.</div><div style="text-align: justify;">Mas o livro didático não pode aceitar como certo o erro de português. Didática, pelo dicionário (?) é "a arte de transmitir conhecimento, técnica de ensinar" ou "que proporciona instrução e informação".</div><div style="text-align: justify;">O fato de falarem de certa maneira em algumas regiões não quer dizer que este ou aquele linguajar represente o português correto.</div><div style="text-align: justify;">A visão deturpada do que seja ensinar aparece na declaração de um assessor anônimo do MEC no GLOBO de ontem, alegando que não cabe ao ministério dizer "o que é certo e o que errado", e nem mesmo fazer a análise do conteúdo dos livros didáticos.</div><div style="text-align: justify;">Se não exerce esses deveres básicos, o que faz o MEC em relação ao ensino do país?</div><div style="text-align: justify;">Seria um equívoco lamentável e perigoso se o MEC, com essa postura, estivesse pretendendo fazer uma política a favor dos analfabetos, dos ignorantes, como se ela fosse a defesa dos que não tiveram condições de estudar. <br />
Na verdade, está é agravando as condições precárias do cidadão-aluno que busca na escola melhorar de vida, limitando, se não impossibilitando, que atinjam esse objetivo.</div><div style="text-align: justify;">Se, porém, a base da teoria for uma tentativa de querer justificar a maneira como o presidente Lula fala, aí então teremos um agravante ao ato criminoso de manter os estudantes na ignorância.</div><div style="text-align: justify;">Querer transformar um defeito, uma falha da educação formal do presidente-operário, em uma coisa meritória é um desserviço à população.</div><div style="text-align: justify;">Os erros de português de Lula não têm mérito nenhum, ele os explora para fazer política, é um clássico do populismo, cuja consequência é deseducar a população.</div><div style="text-align: justify;">Mas ele nunca teve a coragem de defender a fala errada, embora goste de ironizar palavras ou expressões que considera rebuscadas.</div><div style="text-align: justify;">Ele desvaloriza o estudo, com frases como "não sei por que estudou tanto, e eu fiz mais do que ele", ou quando se mostra como exemplo de que é possível subir na vida sem estudar.</div><div style="text-align: justify;">Mas em outras ocasiões, estimula que a universidade seja acessível a todos, numa atitude que parece paradoxal, mas que ganha coerência quando se analisam os objetivos políticos de cada uma das atitudes.</div><div style="text-align: justify;">Se, no entanto, o desdém pela norma culta do português transformou-se em política de Estado, aí teremos a certeza de termos chegado ao fundo do poço.</div>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-7449397798919706522011-05-17T11:47:00.000-07:002011-05-17T11:47:24.191-07:00Tu já pensou?<img alt="" height="225px" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2011/05/129_1615-Ateneia.jpg" width="150px" />Aprovado pelo MEC, o livro didático "Por uma vida melhor", da coleção "Viver, aprender", caiu na boca do povo. O motivo? A autora Heloisa Ramos considera correto se falar e escrever sem regras gramaticais. Imaginei que o tema seria um prato cheio em conversas apenas entre mestres e professores obedientes à norma culta.<br />
Mas os exemplos lançados no livro, como o "nós pega o peixe", acabaram esquentando tanto a discussão que ela pipocou no meio leigo. A polêmica, contrários versus favoráveis à norma popular nas salas de aula, ficou ainda mais acalorada.<br />
Foi nesse clima que ouvi uma babá e sua colega, que cuidavam de duas crianças numa pracinha, a falar do assunto e de seus próprios filhos estudantes em escola pública:<br />
- Tu já pensou? Só criança de bacana vai ter direito de aprender certo.<br />
- Brincadeira... Não botei minha filha na escola pra ela acabar igual eu!<br />
Depois, ao parar na banca de jornal, fiquei na escuta numa roda de bate-papo. Um papeador insinuou que o livro em questão seria para justificar a falta de cultura do ex-presidente. A politização do tema não seguiu em frente porque um outro contrapôs, dizendo que Lula é "um comunicador popular".<br />
Na verdade, estavam todos mais preocupados com a atitude da garotada daqui por diante. Alguém foi cruelmente taxativo: "Coitada da professora de português!"<br />
A coisa é séria. Muitas vezes o aluno mais criativo e que desenvolve melhor uma redação não tem qualquer reconhecimento. Tira nota baixa e se sente desprezado. Por quê? Porque comete erros gramaticais. Se isso acontece por uma dificuldade originada na falta de instrução de sua família, então ele deveria merecer mais atenção do professor.<br />
Há diferença entre escrever bem e escrever certo. Escrever bem é uma aptidão a ser valorizada e estimulada. Jamais desprezada. Já escrever certo depende de estudo e prática em gramática; a qual se aprende na escola e durante toda a vida. Até como uma forma de ascender socialmente. Falar certo, idem. Pessoas escolarizadas ou autodidatas são as que conseguem se expressar bem e certo.<br />
E a linguagem popular? Caracteriza-se por ser livre, diversa: em regionalismos, dialetos, gírias, internet... Em prosa, verso, cordel, letra de músicas. Também faz parte da ciência linguística.<br />
O livro "Por uma vida melhor" confunde as funções de um linguista com as de um professor de português. Numa sala de aula, um professor tem que ensinar o aluno a gostar de aprender. Ponto. (Sem preconceito.)<br />
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<strong>Ateneia Feijó</strong> <em>é jornalista</em>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-88819587827365192632011-05-17T07:22:00.000-07:002011-05-17T07:22:52.628-07:00Ministério da Educação deveria virar o da Burrice Instituída - CBN<a href="http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/ARNALDO-JABOR.htm?sms_ss=blogger&at_xt=4dd284a9e445a083%2C0">Ministério da Educação deveria virar o da Burrice Instituída - CBN</a>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-22144156361539971572011-05-15T07:51:00.000-07:002011-05-15T07:51:11.550-07:00Monique Kessous - Pensando em Você<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/nhVBKeeezds?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-17001733788402641722011-05-15T07:22:00.000-07:002011-05-15T07:22:56.023-07:00Elba Ramalho - Margarida<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/QUGUSjSPDLA?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-32459214072708607092011-05-15T07:15:00.000-07:002011-05-15T07:15:52.054-07:00Nilson Chaves - "Milagre fugaz"<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/lutv6BEthoI?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-17185213534126172372011-05-15T07:14:00.000-07:002011-05-15T07:14:08.394-07:00Nilson Chaves - "Da minha terra"<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/Caz-35MM6Nk?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-18469166228360538272011-05-10T14:36:00.000-07:002011-05-10T14:36:01.810-07:00Provas ligam Lula ao Mensalão<strong>Enviado por Manuel Pastana</strong><br />
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Com base no que foi apurado pelo Tribunal de Contas da União (TC nº 012.633/2005-8 e TC nº 014.276/2005-2) e no Inquérito Civil Público nº 1.16.000.001672/2004-59, da Procuradoria da República no Distrito Federal, que deu origem à ação de improbidade administrativa recentemente ajuizada contra o ex-Presidente Lula, representei ao Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, para que o ex-Presidente seja responsabilizado criminalmente.<br />
As apurações feitas pelo TCU e pela Procuradoria da República no DF chegaram à conclusão de que o ex-Presidente da República enviou mais de dez milhões de cartas a aposentados do INSS, tendo como um dos objetivos favorecer o banco BMG.<br />
As cartas, com timbre da Presidência da República e assinatura de Lula, faziam propaganda de empréstimos consignados em folha de pagamento e favoreceram o banco BMG de tal forma que, mesmo contando, na época, com apenas 10 agências, o pequeno banco faturou mais de três bilhões de reais, superando a Caixa Econômica Federal que, com suas duas mil agências bancárias, era o único banco habilitado a operar os empréstimos consignados a aposentados, quando o BMG ingressou no mercado, favorecido por um decreto e as cartas de propaganda, ambos assinados pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.<br />
Com fundamento no que foi apurado, a Procuradoria da República no DF ingressou com ação de improbidade administrativa contra Lula, cujo processo corre na 13ª Vara Federal, Seção Judiciária do Distrito Federal (processo nº 7807-08.2011.4.01.3400). O objetivo dessa ação é responsabilizar civil e administrativamente o ex-Presidente.<br />
Na representação que fiz, ressalto que, de acordo com a ação penal do mensalão, que tramita no STF (Ação Penal 470), o banco BMG faria parte do esquema criminoso, tendo sido beneficiado com empréstimos consignados a aposentados. Esse banco, segundo a denúncia em curso no STF, teria feito empréstimos fictícios ao PT.<br />
As provas, que já estão nas mãos do Procurador-Geral da República, mostram que, para favorecer o banco BMG, além do envio das mais de dez milhões de cartas assinadas por Lula, houve produção de atos normativos e atropelos a procedimentos administrativos, inclusive perseguição a servidores, como a exoneração da Coordenadora-Geral de Benefícios do INSS, que se recusou a publicar o convênio que, em tempo recorde, habilitou junto ao INSS o referido banco, proporcionando-lhe faturar alto com os empréstimos a aposentados.<br />
Ademais, o recente relatório da PF, divulgado na imprensa, informa que o banco BMG fez empréstimos suspeitos não apenas ao PT, mas também a três empresas que teriam envolvimento no esquema do mensalão.<br />
A representação entrou no gabinete do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, no final de abril de 2011. O Procurador-Geral pode aditar a denúncia do mensalão para incluir Lula, que praticou atos materiais, o que atrasará o processo, mas fornecerá elementos probatórios fortes para se chegar a todos os envolvidos, pois, caso isso não seja feito, somente os integrantes braçais da quadrilha do mensalão serão condenados, uma vez que José Dirceu e outros tidos como líderes do esquema criminoso não praticaram atos materiais.<br />
Os fatos apurados, tanto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como pela Procuradoria da República no DF, são gravíssimos e, além da responsabilidade civil-administrativa, que ensejou a ação de improbidade, é necessário apurar a responsabilidade criminal do ex-Presidente, pois há fortes indícios de crimes de ação penal pública incondicionada que obrigam o Procurador-Geral da República a agir.<br />
Embora Lula não seja mais Presidente da República, a atribuição é do Procurador-Geral da República (promotor natural do Presidente da República), porque os fatos estão diretamente ligados ao processo criminal do mensalão, que está em curso no Supremo Tribunal Federal, onde só o Procurador-Geral da República pode agir.<br />
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<strong>Manoel Pastana</strong> <em>é Procurador da República no Rio Grande do Sul</em>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-22635274157763106792011-05-09T15:11:00.000-07:002011-05-09T15:11:43.881-07:00Mônica Soares - Escurinho<iframe height="295" src="http://www.youtube.com/embed/7-MFa_wuYd4?fs=1" frameborder="0" width="480" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-2562743408385125152011-05-09T08:07:00.000-07:002011-05-09T08:07:15.563-07:00LIÇÕES DE UMA BOA CRIAÇÃO<div align="justify">LIÇÕES QUE SERVEM PARA A VIDA INTEIRA </div><div align="justify"> </div><div align="justify"><b>- Minha mãe me ensinou:</b> </div><div align="justify">01. A valorizar o sorriso: “responde de novo e vais ficar sem dentes!” </div><div align="justify">02. A retidão: “eu te ajeito nem que seja na peia!” </div><div align="justify">03. A valorizar o trabalho dos outros: “'se você e seu irmão querem se matar, vão pra fora, pois eu acabei de limpar a casa!” </div><div align="justify">04. A hierarquia: “tem que ser assim e pronto!” </div><div align="justify">05. A motivação: “se você continuar chorando eu vou te dar uma razão verdadeira para chorar!” </div><div align="justify">06. A conviver com os contrários: “fecha a boca e come!” </div><div align="justify">07. A antecipação: “espera só até o teu pai chegar, seu moleque!” </div><div align="justify">08. A paciência: “Quando chegarmos em casa você vai ver o que é bom”. </div><div align="justify">09. A enfrentar desafios: “'olhe para mim e responda quando eu te fizer uma pergunta!” </div><div align="justify">10. A ter raciocínio lógico: “se você cair dessa árvore vai quebrar o pescoço, mas se escapar vivo ainda vai levar uma surra!” </div><div align="justify">11. As ciências biológicas: “para de ficar vesgo, menino. Se bater um vento você vai ficar assim para sempre!” </div><div align="justify">12. A pesar consequências e compensações: “se você não comer essas verduras, os bichos da sua barriga vão comer você!” </div><div align="justify">13. A genética: “Ai meu Deus, você é igualzinho ao seu pai!” </div><div align="justify">14. Sobre as minhas raízes: “tá pensando que nasceu de família rica é?” </div><div align="justify">15. Sobre a sabedoria da idade: “quando você tiver a minha idade vai entender.” </div><div align="justify">16. Sobre justiça e reparação: “você vai ter seus filhos. Aí vai ver o que é bom!” </div><div align="justify">17. A ser um cristão fervoroso: “melhor começar a rezar para essa mancha sair da toalha!” </div><div align="justify">18. Sobre o beijo de esquimó: “se rabiscar de novo a parede, eu vou apagar com o seu nariz!” </div><div align="justify">19. Sobre determinação: “vai ficar aí sentado até comer tudo!” </div><div align="justify">20. A ter gosto pelos estudos: “se eu for aí e você não tiver terminado essa lição, você já sabe o que vai acontecer!” </div><div align="justify">21. A treinar a minha coordenação motora: “junta já estes brinquedos! Um por um!” </div><div align="justify">22. Sobre números: “vou contar até dez. Se esse lápis não aparecer você leva uma surra!” </div><div align="justify">23. Sobre a fraternidade entre irmãos: "Se brigarem de novo, vou amarrar vocês dois e lhe dar uma surra!" </div><div align="justify">24. Sobre evitar desperdícios: "Pode comer tudo, senão vai apanhar, quem manda ter o olho maior que a barriga!" </div><div align="justify">25. Sobre dar valor ao estudo: "Se tirar nota vermelha, vai apanhar e ficar de castigo!" </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Feliz dia das mães! </div><div align="justify"><span style="font-size: xx-small;">Texto lido na net, sem autoria, e adaptado para esta postagem.</span> </div>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-41149154234302956932011-05-07T13:43:00.000-07:002011-05-07T13:43:31.156-07:00Vanessa da Mata -- Amado<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/Ey3W7311Z3g?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-43472258273612790572011-05-07T07:24:00.000-07:002011-05-07T07:24:57.708-07:00Odeio prepotência!<h4 class="tituloPost">Odeio prepotência!</h4><br />
Por <strong>Paloma Amado</strong>, psicóloga, filha do escritor Jorge Amado; transcrito do <a href="http://claudiawas.blogspot.com/2011/04/odeio-prepotencia-por-paloma-jorge.html?spref=fb" target="_blank">Blog de Cláudia Wasilewski</a><br />
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Era 1998, estávamos em Paris, papai já bem doente, participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz.<br />
De repente, uma imensa crise de saúde se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o avião da Varig (que saudades) para Salvador.<br />
Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas.<br />
Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe.<br />
Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um politico do Sul (não lembro se na época era senador ou governador, já foi tantas vezes os dois que fica dificil lembrar).<br />
A mulher parecia uma árvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (Calá, com sua graça, diria: o jegue da festa do Bonfim).<br />
É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: "Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo."<br />
Me armei de paciência e respondi: "Sim, senhora, eu sei."<br />
Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagara, mas não disse. Ficou por isso.<br />
De repente, o senhor disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: "Até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos".<br />
Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais.<br />
Pouco depois bateram à porta, era o casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei a putaquepariu, apesar de desejar fazê-lo. Educadamente disse não.<br />
Hoje, quando vi na tv o Senador dizendo que foi agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito retada, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei.<br />
Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada.João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-15496224109808163432011-04-26T06:55:00.001-07:002011-04-26T06:55:37.523-07:004 mil vagas nos Intitutos Federais de Educação<h3 class="post-title entry-title">4 mil vagas nos Intitutos Federais de Educação </h3><div class="post-header"><div class="post-header-line-1"></div></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-8808572869477862436"><b><span style="font-family: Times New Roman; font-size: xx-small;"><span style="font-family: Times New Roman; font-size: x-small;"><div align="left">Portaria do Ministério do Planejamento publicada no Diário Oficial liberando as vagas.</div><div align="left"><br />
</div><div align="left">GABINETE DA MINISTRA</div></span></span><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;"><div align="left">PORTARIA INTERMINISTERIAL N</div></span></span></span><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;">o- </span></span></span><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #282526; font-family: Times New Roman;">56, DE 20 DE ABRIL DE 2011</span></span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Times New Roman;"> <div align="left">OS MINISTROS DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO E DA</div><div align="left">EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista as disposições contidas no Decreto nº</div><div align="left">6.944, de 21 de agosto de 2009, nos arts. 2</div><div align="left">setembro de 2010 e nos arts. 6º, § 2º e 7</div><div align="left">resolvem:</div><div align="left">Art. 1º Autorizar a realização de concurso público e o provimento de dois mil oitocentos e</div><div align="left">sessenta e sete cargos de Professor da Carreira de Educação Básica, Técnica e Tecnológica e de mil</div><div align="left">oitocentos e dezesseis cargos de Técnico-Administrativo em Educação, para os Quadros de Pessoal dos</div><div align="left">Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia vinculados ao Ministério da Educação, conforme</div><div align="left">discriminado no Anexo I.</div><div align="left">Parágrafo único. O provimento dos cargos será escalonado e está condicionado:</div><div align="left">I - à existência de vagas na data de nomeação; e</div><div align="left">II - à declaração do respectivo ordenador de despesa sobre a adequação orçamentária e financeira</div><div align="left">da nova despesa com a Lei Orçamentária Anual e sua compatibilidade com a Lei de Diretrizes</div><div align="left">Orçamentárias, demonstrando a origem dos recursos a serem utilizados.</div><div align="left">Art. 2º Caberá ao dirigente máximo do respectivo Instituto Federal a realização do concurso</div><div align="left">público e verificação das condições prévias para a nomeação dos candidatos aprovados, sendo responsável</div><div align="left">por baixar as respectivas normas, mediante a publicação de editais, portarias ou outros atos</div><div align="left">administrativos necessários.</div><div align="left">Art. 3º Atualizar, nos termos dos Anexos II e III desta Portaria, o quantitativo de cargos efetivos</div><div align="left">do Banco de Professor-Equivalente de Educação Básica, Técnica e Tecnológica e o quantitativo de</div><div align="left">lotação dos cargos dos níveis de classificação "C", "D" e "E" integrantes do Plano de Carreira dos</div><div align="left">Cargos Técnico-Administrativos em Educação, nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia,</div><div align="left">vinculados ao Ministério da Educação, fixados por meio dos Decretos nºs 7.311, de 22 de</div><div align="left">setembro de 2010 e 7.312, de 22 de setembro de 2010.</div><div align="left">Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.</div></span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Times New Roman;">o</span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Times New Roman;">, parágrafo único, 3</span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Times New Roman;">o </span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Times New Roman;">e 5º do Decreto nº 7.311, de 22 de</span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Times New Roman;">o</span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Times New Roman;">, inciso I, do Decreto nº 7.312, de 22 de setembro de 2010,</span></span><span style="color: #343334; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #343334; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #343334; font-family: Times New Roman;"> <div align="left">MIRIAM BELCHIOR</div></span></span></span><span style="color: #404041; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #404041; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #404041; font-family: Times New Roman;"><div align="left">Ministra de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão</div></span></span></span><span style="color: #343334; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #343334; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #343334; font-family: Times New Roman;"><div align="left">FERNANDO HADDAD</div></span></span></span><span style="color: #404041; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #404041; font-family: Times New Roman;"><span style="color: #404041; font-family: Times New Roman;"><div align="left">Ministro de Estado da Educação</div></span></span></span></b></div>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-47495562913435399162011-04-25T18:59:00.000-07:002011-04-25T18:59:19.972-07:00Gente desta parte: Clauber Martins, um cantador<a href="http://gentedestaparte.blogspot.com/2011/04/clauber-martins-um-cantador.html?spref=bl">Gente desta parte: Clauber Martins, um cantador</a>: "Mandei e-mail a alguns amigos sobre os objetivos culturais e artísticos deste blog, inclusive pedindo-lhes contribuição. Vários desses amigo..."João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-52100108211941392792011-04-18T06:18:00.000-07:002011-04-18T06:18:20.439-07:00"A Justiça morreu!"<h4 class="tituloPost"><a href="http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/04/17/justica-relampago-375288.asp">Justiça relâmpago</a></h4><br />
<em>Como Hugo Chávez transformou em criminosa a magistrada que ousou fazer corretamente o seu trabalho: aplicar a lei</em><br />
<strong>Belisário dos Santos Jr</strong>., O Estado de S.Paulo<br />
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"A Justiça morreu!", disse a juíza venezuelana Maria Lourdes Afiuni, em prisão domiciliar, aos advogados da missão da International Bar Association, IBA (Associação Internacional de Advogados), que a visitavam em Caracas, em fevereiro. O "crime" da juíza Afiuni: haver reconhecido, no final de 2009, o excesso de prazo para a prisão preventiva de um acusado de fraude financeira, preso provisoriamente havia quase três anos, quando o período máximo previsto em lei é de dois anos. A especial circunstância: aquele era um "preso de Hugo Chávez". <br />
<br />
Afiuni simplesmente aplicou a lei de seu país, e pagou caro por essa ousadia. Quinze minutos após divulgar sua decisão, a magistrada foi presa. A data da detenção não podia ser mais amargamente irônica: 10 de dezembro, dia internacional dos direitos humanos. <br />
Horas depois da prisão de Afiuni, o presidente Hugo Chávez, em pronunciamento veiculado por cadeia nacional de televisão, pediu pena de 30 anos de prisão para a juíza, que havia determinado a libertação de um inimigo do regime. <br />
Nunca houve, entretanto, recurso oficial da decisão da juíza. Em vez disso, ela foi acusada de vários crimes, inclusive o de "formação de quadrilha", acusação posteriormente abandonada diante da ausência de "cúmplices". A acusação de corrupção também caiu ante a falta de prova de qualquer intenção, por parte de Afiuni, de obter vantagem pessoal com sua decisão. <br />
O episódio mostra-se ainda mais estarrecedor diante do fato de que, antes mesmo da decisão da magistrada, o grupo de trabalho da ONU sobre detenções arbitrárias já havia considerado abusiva a prisão por ela revogada. <br />
Trata-se de exemplo flagrante do processo de desinstitucionalização progressiva por que passa a Venezuela. As instituições são formalmente mantidas, mas já não servem ao seu objetivo. Hoje, naquele país, o Estado chama-se Chávez. <br />
Desde 1999, a Constituição Bolivariana dá autorização para a livre remoção de juízes, sem direito de defesa, a título de "depuração da Justiça". Mais da metade do Poder Judiciário é hoje composta de juízes provisórios, que podem ser destituídos ao sabor da vontade do Executivo. São inúmeros os casos de juízes destituídos por tomarem decisões contrárias aos interesses do governo. <br />
Chávez determinou também o aumento da composição do Tribunal Supremo de Justiça, tendo nomeado, em dezembro de 2004, 17 membros efetivos e 32 suplentes, grande parte dos quais ativistas políticos do partido oficialista. Desse modo, segundo análise da Human Rights Watch, o governo se apoderou do mais alto tribunal do país. <br />
A supressão da independência da Justiça venezuelana vem sendo abertamente defendida por alguns de seus principais representantes. A chefe do Poder Judiciário afirmou publicamente, em 2009, que o princípio de separação de poderes debilita o Estado.<br />
Há poucas semanas, falando em nome do Tribunal Supremo, um magistrado afirmou que a função principal do Poder Judiciário na Venezuela é apoiar a busca do governo nacional por um socialismo bolivariano e "democrático". E esclareceu os parâmetros "legais" dessa busca: a lei que foi justa ontem, hoje pode não ser mais, ainda que não revogada. <br />
Em depoimento à missão da IBA, uma respeitada juíza venezuelana testemunhou que, desde 1999 até agora, as sentenças vêm sendo proclamadas sob o risco de pronta destituição do magistrado. Agora, além disso, as decisões são adotadas sob o terror da prisão imediata. É o "efeito Afiuni". <br />
Não é exagero supor que a prisão da juíza Afiuni tenha sido praticada como uma espécie de pena de morte velada. As prisões venezuelanas estão entre as mais violentas do mundo, com mais de 450 mortes por ano. A juíza foi obrigada a conviver com presas que ela havia condenado. Foi submetida a humilhações e maus-tratos. Teve recusada atenção médica em várias oportunidades. <br />
Por longo tempo, determinações tanto da Comissão quanto da Corte Interamericana de Direitos Humanos que apontavam a ilegalidade da prisão de Afiuni e instavam o Estado venezuelano a conduzir a juíza a local mais apropriado e seguro foram simplesmente ignoradas. Somente no início de fevereiro, quase 14 meses após sua prisão, o crescente clamor internacional resultou na troca da reclusão em penitenciária pela prisão domiciliar. <br />
Numa reafirmação daquele que deve ser o compromisso de qualquer advogado diante de toda injustiça - e na presença da mãe, da filha e dos advogados da magistrada -, os membros da missão da IBA prometeram a Afiuni divulgar o vergonhoso episódio de sua destituição, perseguição e prisão, e o aparato ideológico arbitrário que o envolve. <br />
Ao saírem da modesta residência, os membros da missão da IBA puderam ler, grafitado nos muros ao redor da casa da juíza, o desagravo de seus concidadãos: "Juíza Afiuni, integridade e valor".<br />
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<br />
BELISÁRIO DOS SANTOS JR., ADVOGADO, FOI SECRETÁRIO DA JUSTIÇA E DEFESA DA <br />
CIDADANIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, É MEMBRO DA COMISSÃO INTERNACIONAL DE JURISTASJoão da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-86318980155867196792011-04-14T06:35:00.001-07:002011-04-14T06:35:30.566-07:00Herança maldita<h6>Política</h6><h4 class="tituloPost"><a href="http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/04/14/heranca-maldita-374771.asp">Herança maldita</a> </h4><!-- google_ad_section_start --><strong>Merval Pereira</strong>, O Globo<br />
Os indicadores econômicos não são bons para o governo, mostrando inflação em alta e crescimento em desaceleração. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de fevereiro indica que houve uma queda pela metade em relação a janeiro. De acordo com o Banco Central, a atividade econômica cresceu 4,17% no primeiro bimestre em relação ao mesmo período de 2010, o que coloca o crescimento anual do PIB mais próximo de 4% do que dos 5,5% da previsão oficial.<br />
Enquanto isso, a inflação se aproxima do teto da meta (6,5%), com tendência a ultrapassá-lo nos próximos meses. <br />
Há claras semelhanças entre a situação atual e a que o presidente Lula encontrou nos primeiros meses de governo em 2003, mesmo que por motivos diferentes.<br />
O mais grave é que, nas duas ocasiões, o descontrole da economia tem origem na própria ação política e econômica petista.<br />
Lula e Dilma receberam a seu tempo "heranças malditas", fruto de seus próprios atos irresponsáveis.<br />
Em 2002, a inflação oficial ficou em 12,53%, a maior desde 1995, quando o teto da meta era de 5,5%, e o motivo principal da alta do IPCA foi o descontrole na cotação do dólar, que chegou a atingir R$ 4,00, pressionando os preços especialmente no segundo semestre, à medida que ficava clara a possibilidade de vitória de Lula.<br />
Já nos nossos dias, o governo parece manipular a cotação baixa do dólar para tentar segurar a inflação, que mesmo assim se aproxima de 7%. O índice de janeiro indica a pior inflação desde 2005.<br />
Pelo menos é o que pensa o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que em recente encontro de empresários criticou a política econômica por, ao priorizar o controle da inflação, ter abandonado "compromisso" de manter o câmbio a pelo menos R$ 1,65, deixando que ele ficasse abaixo de R$ 1,60, o que faz com que o dólar esteja em seu nível mais baixo desde o Plano Real.<br />
Cálculos da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior com base na taxa real de câmbio mostram que o poder de compra da moeda brasileira praticamente dobrou em relação ao verificado em julho de 1994, início do Plano Real, como se o dólar estivesse 50% mais barato do que naquela época.<br />
O problema da presidente Dilma é que ela não pode atribuir à "herança maldita" de Lula seus problemas econômicos, mesmo porque os gastos excessivos do governo central foram feitos em grande medida para garantir sua eleição, embora oficialmente tenham sido atribuídos a políticas anticíclicas para combater a crise. <br />
A crise não passou de um pretexto a posteriori para o descontrole que já havia sido contratado.<br />
Lula, ao assumir em 2003, com seu pragmatismo político, tomou todas as ações mais duras que tinha que tomar e atribuiu todos os seus problemas a uma suposta "herança maldita" deixada por Fernando Henrique Cardoso.<br />
O principal mentor da política econômica que reequilibrou as contas públicas foi o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que, se durante os anos iniciais do primeiro mandato de Lula era a eminência parda da economia, começou a perder terreno quando Dilma assumiu a Casa Civil em lugar de José Dirceu, na crise do mensalão.<br />
Houve a célebre discussão sobre corte dos gastos públicos, quando Dilma chamou de "rudimentar" uma proposta de Palocci e Paulo Bernardo, então no Planejamento, para corte de gastos públicos de longo prazo com o intuito de fixar que não poderia haver aumentos superiores ao crescimento do PIB.<br />
A proposta era que, num período de dez anos, com os gastos abaixo do crescimento do PIB, o governo sinalizasse equilíbrio de longo prazo para a economia.<br />
Quando Palocci caiu, em decorrência da crise da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, assumiu Guido Mantega, e a política econômica foi mudando aos poucos, até atingir, no fim do segundo mandato, o ápice da gastança pública.<br />
Mantega assumiu a Fazenda garantindo que levaria a economia ao seu crescimento máximo, que, segundo ele, poderia ser próximo a 5%, enquanto Palocci e Henrique Meirelles, no Banco Central, trabalhavam informalmente com uma taxa máxima de 3,5%, acima da qual a inflação aumentaria.<br />
Tudo indica que, depois de em 2010 termos tido crescimento indiano de 7,5%, voltaremos ao antigo PIB potencial de 3,5%, em virtude do descontrole da inflação provocado por uma política de crescimento do Estado e consequentes aumentos dos gastos públicos.<br />
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, permanece onde sempre esteve, isto é, defendendo o controle dos gastos públicos e da inflação através de remédios amargos nos primeiros meses de governo.<br />
O problema é que Lula podia aguentar o tranco de crescer apenas 1% no primeiro ano de governo, para pôr a economia em ordem, mas Dilma parece temer por enquanto uma economia que desacelere muito.<br />
Ela ainda parece apostar na estratégia de Mantega, que combate a inflação a conta-gotas e se utiliza da valorização do real para não afetar o crescimento da economia mais do que já está.<br />
A previsão oficial de crescimento já caiu de 5,5% para 4%, mas, como a inflação não dá sinais de recuar, é possível que sejam necessárias novas medidas para conter a demanda.<br />
À medida que não dão resultados, essas propostas defendidas por Mantega parecem levá-lo para o cadafalso. A própria presidente já teve que sair em sua defesa, para desmentir boatos de troca de ministério.<br />
Mas, no banco de reservas, prontos para entrarem em campo em posições mais decisivas, estão o próprio presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o secretário-geral da Fazenda, Nelson Barbosa, homem de confiança de Dilma Rousseff.<br />
Os dois, porém, têm o mesmo perfil nacional-desenvolvimentista que precisaria ser freado neste momento. E nada indica que haja ambiente político para que o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, retorne ao comando da economia. E muito menos que ele queira.João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929550562472336289.post-43296849859909170592011-04-14T06:27:00.000-07:002011-04-14T06:43:07.895-07:00O Papel da Oposição - Fernando Henrique Cardoso<div class="IdentificadorPost"><b>Enviado por Fernando Henrique Cardoso</b></div><h4 class="tituloPost"><span style="color: red;">O Papel da Oposição </span></h4>Há muitos anos, na década de 1970, escrevi um artigo com o título acima no jornal <em>Opinião</em>, que pertencia à chamada imprensa “nanica”, mas era influente. Referia-me ao papel do MDB e das oposições não institucionais. Na época, me parecia ser necessário reforçar a frente única antiautoritária e eu conclamava as esquerdas não armadas, sobretudo as universitárias, a se unirem com um objetivo claro: apoiar a luta do MDB no Congresso e mobilizar a sociedade pela democracia.<br />
Só dez anos depois a sociedade passou a atuar mais diretamente em favor dos objetivos pregados pela oposição, aos quais se somaram também palavras de ordem econômicas, como o fim do “arrocho” salarial.<br />
No entretempo, vivia-se no embalo do crescimento econômico e da aceitação popular dos generais presidentes, sendo que o mais criticado pelas oposições, em função do aumento de práticas repressivas, o general Médici, foi o mais popular: 75% de aprovação.<br />
Não obstante, não desanimávamos. Graças à persistência de algumas vozes, como a de Ulisses Guimarães, às inquietações sociais manifestadas pelas greves do final da década e ao aproveitamento pelos opositores de toda brecha que os atropelos do exercício do governo, ou as dificuldades da economia proporcionaram (como as crises do petróleo, o aumento da dívida externa e a inflação), as oposições não calavam. Em 1974, o MDB até alcançou expressiva vitória eleitoral em pleno regime autoritário.<br />
Por que escrevo isso novamente, 35 anos depois?<br />
Para recordar que cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo. Mas para tal precisam afirmar posições, pois, se não falam em nome de alguma causa, alguma política e alguns valores, as vozes se perdem no burburinho das maledicências diárias sem chegar aos ouvidos do povo. Todas as vozes se confundem e não faltará quem diga – pois dizem mesmo sem ser certo – que todos, governo e oposição, são farinhas do mesmo saco, no fundo “políticos”. E o que se pode esperar dos políticos, pensa o povo, senão a busca de vantagens pessoais, quando não clientelismo e corrupção?<br />
Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político e alvejar o outro lado. Na situação presente, as dificuldades são maiores. Isso graças à convergência entre dois processos não totalmente independentes: o “triunfo do capitalismo” entre nós (sob sua forma global, diga-se) e a adesão progressiva – no começo envergonhada e por fim mais deslavada – do petismo lulista à nova ordem e a suas ideologias.<br />
Se a estes processos somarmos o efeito dissolvente que o carisma de Lula produziu nas instituições, as oposições têm de se situar politicamente em um quadro complexo.<br />
Complexidade crescente a partir dos primeiros passos do governo Dilma que, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas, a despeito dos êxitos econômicos e da publicidade desbragada do governo anterior, mantiveram certa reserva diante de Lula. Esta reserva pode diminuir com relação ao governo atual se ele, seja por que razão for, comportar-se de maneira distinta do governo anterior.<br />
É cedo para avaliar a consistência de mudanças no estilo de governar da presidente Dilma. Estamos no início do mandato e os sinais de novos rumos dados até agora são insuficientes para avaliar o percurso futuro.<br />
<u>É preciso refazer caminhos</u><br />
Antes de especificar estes argumentos, esclareço que a maior complexidade para as oposições se firmarem no quadro atual – comparando com o que ocorreu no regime autoritário, e mesmo com o petismo durante meu governo, pois o PT mantinha uma retórica semianticapitalista – não diminui a importância de fincar a oposição no terreno político e dos valores, para que não se perca no oportunismo nem perca eficácia e sentido, aumentando o desânimo que leva à inação.<br />
É preciso, portanto, refazer caminhos, a começar pelo reconhecimento da derrota: uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica e insistir em escusas que jogam a responsabilidade pelos fracassos no terreno “do outro”. Não estou, portanto, utilizando o que disse acima para justificar certa perplexidade das oposições, mas para situar melhor o campo no qual se devem mover.<br />
Se as forças governistas foram capazes de mudar camaleonicamente a ponto de reivindicarem o terem construído a estabilidade financeira e a abertura da economia, formando os “campeões nacionais” – as empresas que se globalizam – isso se deu porque as oposições minimizaram a capacidade de contorcionismo do PT, que começou com a Carta aos Brasileiros de junho de 1994 e se desnudou quando Lula foi simultaneamente ao Fórum Social de Porto Alegre e a Davos.<br />
Era o sinal de “adeus às armas”: socialismo só para enganar trouxas, nacional--desenvolvimentismo só como “etapa”. Uma tendência, contudo, não mudou, a do hegemonismo, ainda assim, aceitando aliados de cabresto.<br />
Segmentos numerosos das oposições de hoje, mesmo no PSDB, aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência, pois sentiam bater no coração as mensagens atrasadas do esquerdismo petista ou de sua leniência com o empreguismo estatal.<br />
Não reivindicaram com força, por isso mesmo, os feitos da modernização econômica e do fortalecimento das instituições, fato muito bem exemplificado pela displicência em defender os êxitos da privatização ou as políticas saneadoras, ou de recusar com vigor a mentira repetida de que houve compra de votos pelo governo para a aprovação da emenda da reeleição, ou de denunciar atrasos institucionais, como a perda de autonomia e importância das agências reguladoras.<br />
Da mesma maneira, só para dar mais alguns exemplos, o Proer e o Proes, graças aos quais o sistema financeiro se tornou mais sólido, foram solenemente ignorados, quando não estigmatizados. Os efeitos positivos da quebra dos monopólios, o do petróleo mais que qualquer outro, levando a Petrobras a competir e a atuar como empresa global e não como repartição pública, não foram reivindicados como êxitos do PSDB.<br />
O estupendo sucesso da Vale, da Embraer ou das teles e da Rede Ferroviária sucumbiu no murmúrio maledicente de “privatarias” que não existiram. A política de valorização do salário mínimo, que se iniciou no governo Itamar Franco e se firmou no do PSDB, virou glória do petismo.<br />
As políticas compensatórias iniciadas no governo do PSDB – as bolsas – que o próprio Lula acusava de serem esmolas e quase naufragaram no natimorto Fome Zero – voltaram a brilhar na boca de Lula, pai dos pobres, diante do silêncio da oposição e deslumbramento do país e… do mundo!<br />
Não escrevo isso como lamúria, nem com a vã pretensão de imaginar que é hora de reivindicar feitos do governo peessedebista. Inês é morta, o passado… passou. Nem seria justo dizer que não houve nas oposições quem mencionasse com coragem muito do que fizemos e criticasse o lulismo.<br />
As vozes dos setores mais vigorosos da oposição se estiolaram, entretanto, nos muros do Congresso e este perdeu força política e capacidade de ressonância. Os partidos se transformaram em clubes congressuais, abandonando as ruas; muitos parlamentares trocaram o exercício do poder no Congresso por um prato de lentilhas: a cada nova negociação para assegurar a “governabilidade”, mais vantagens recebem os congressistas e menos força político-transformadora tem o Congresso.<br />
Na medida em que a maioria dos partidos e dos parlamentares foi entrando no jogo de fazer emendas ao orçamento (para beneficiar suas regiões, interesses – legítimos ou não – de entidades e, por fim, sua reeleição), o Congresso foi perdendo relevância e poder.<br />
Consequentemente, as vozes parlamentares, em especial as de oposição, que são as que mais precisam da instituição parlamentar para que seu brado seja escutado, perderam ressonância na sociedade.<br />
Com a aceitação sem protesto do “modo lulista de governar” por meio de medidas provisórias, para que serve o Congresso senão para chancelar decisões do Executivo e receber benesses? Principalmente, quando muitos congressistas estão dispostos a fazer o papel de maioria obediente a troco da liberação pelo Executivo das verbas de suas emendas, sem esquecer que alguns oposicionistas embarcam na mesma canoa.<br />
Ironicamente, uma importante modificação institucional, a descentralização da ação executiva federal, estabelecida na Constituição de 1988 e consubstanciada desde os governos Itamar Franco e FHC, diluiu sua efetividade técnico--administrativa em uma pletora de recursos orçamentários “carimbados”, isto é, de orientação político-clientelista definida, acarretando sujeição ao Poder Central, ou, melhor, a quem o simboliza pessoalmente e ao partido hegemônico.<br />
Neste sentido, diminuiu o papel político dos governadores, bastião do oposicionismo em estados importantes, pois a relação entre prefeituras e governo federal saltou os governos estaduais e passou a se dar mais diretamente com a presidência da República, por meio de uma secretaria especial colada ao gabinete presidencial.<br />
Como, por outra parte, existe – ou existiu até a pouco – certa folga fiscal e a sociedade passa por período de intensa mobilidade social movida pelo dinamismo da economia internacional e pelas políticas de expansão do mercado interno que geram emprego, o desfazimento institucional produzido pelo lulismo e a difusão de práticas clientelísticas e corruptoras foram sendo absorvidos, diante da indiferença da sociedade.<br />
Na época do mensalão, houve um início de desvendamento do novo Sistema (com S maiúsculo, como se escrevia para descrever o modelo político criado pelos governos militares).<br />
Então, ainda havia indignação diante das denúncias que a mídia fazia e os partidos ecoavam no Parlamento. Pouco a pouco, embora a mídia continue a fazer denúncias, a própria opinião pública, isto é, os setores da opinião nacional que recebem informações, como que se anestesiou. Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude. Diante deste quadro, o que podem fazer as oposições?<br />
<u>Definir o público a ser alcançado</u><br />
Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de seus parlamentares alcance a sociedade.<br />
É preciso que as oposições se deem conta de que existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral.<br />
As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas. A definição de qual é o outro público a ser alcançado pelas oposições e como fazer para chegar até ele e ampliar a audiência crítica é fundamental.<br />
Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.<br />
Sendo assim, dirão os céticos, as oposições estão perdidas, pois não atingem a maioria. Só que a realidade não é bem essa. Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à ti (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de “classe c” ou de nova classe média.<br />
Digo imprecisamente porque a definição de classe social não se limita às categorias de renda (a elas se somam educação, redes sociais de conexão, prestígio social, etc.), mas não para negar a extensão e a importância do fenômeno. Pois bem, a imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc.<br />
É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos. Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas.<br />
Mas não é só isso: as oposições precisam voltar às salas universitárias, às inúmeras redes de palestras e que se propagam pelo país afora e não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas.<br />
Além da persistência e ampliação destas práticas, é preciso buscar novas formas de atuação para que a oposição esteja presente, ou pelo menos para que entenda e repercuta o que ocorre na sociedade. Há inúmeras organizações de bairro, um sem-número de grupos musicais e culturais nas periferias das grandes cidades, etc., organizações voluntárias de solidariedade e de protesto, redes de consumidores, ativistas do meio ambiente, e por aí vai, que atuam por conta própria.<br />
Dado o anacronismo das instituições político-partidárias, seria talvez pedir muito aos partidos que mergulhem na vida cotidiana e tenham ligações orgânicas com grupos que expressam as dificuldades e anseios do homem comum. Mas que pelo menos ouçam suas vozes e atuem em consonância com elas.<br />
Não deve existir uma separação radical entre o mundo da política e a vida cotidiana, nem muito menos entre valores e interesses práticos.<br />
No mundo interconectado de hoje, vê-se, por exemplo, o que ocorre com as revoluções no meio islâmico, movimentos protestatórios irrompem sem uma ligação formal com a política tradicional. Talvez as discussões sobre os meandros do poder não interessem ao povo no dia-a-dia tanto quanto os efeitos devastadores das enchentes ou o sufoco de um trânsito que não anda nas grandes cidades. Mas, de repente, se dá um “curto-circuito” e o que parecia não ser “política” se politiza. Não foi o que ocorreu nas eleições de 1974 ou na campanha das “diretas já”?<br />
Nestes momentos, o pragmatismo de quem luta para sobreviver no dia-a-dia lidando com questões “concretas” se empolga com crenças e valores. O discurso, noutros termos, não pode ser apenas o institucional, tem de ser o do cotidiano, mas não desligado de valores. Obviamente em nosso caso, o de uma democracia, não estou pensando em movimentos contra a ordem política global, mas em aspirações que a própria sociedade gera e que os partidos precisam estar preparados para que, se não os tiverem suscitado por sua desconexão, possam senti-los e encaminhá-los na direção política desejada.<br />
Seria erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso “moralista” é coisa de elite à moda da antiga UDN. A corrupção continua a ter o repúdio não só das classes médias como de boa parte da população. Na última campanha eleitoral, o momento de maior crescimento da candidatura Serra e de aproximação aos resultados obtidos pela candidata governista foi quando veio à tona o “episódio Erenice”.<br />
Mas é preciso ter coragem de dar o nome aos bois e vincular a “falha moral” a seus resultados práticos, negativos para a população. Mais ainda: é preciso persistir, repetir a crítica, ao estilo do “beba Coca Cola” dos publicitários. Não se trata de dar-nos por satisfeitos, à moda de demonstrar um teorema e escrever “cqd”, como queríamos demonstrar.<br />
Seres humanos não atuam por motivos meramente racionais. Sem a teatralização que leve à emoção, a crítica – moralista ou outra qualquer– cai no vazio. Sem Roberto Jefferson não teria havido mensalão como fato político.<br />
<u>Qual é a mensagem?</u><br />
Por certo, os oposicionistas para serem ouvidos precisam ter o que dizer. Não basta criar um público, uma audiência e um estilo, o conteúdo da mensagem é fundamental. Qual é a mensagem? O maior equívoco das oposições, especialmente do PSDB, foi o de haver posto à margem as mensagens de modernização, de <em>aggiornamento</em> do País, e de clara defesa de uma sociedade democrática comprometida com causas universais, como os direitos humanos e a luta contra a opressão, mesmo quando esta vem mascarada de progressismo, apoiada em políticas de distribuição de rendas e de identificação das massas com o Chefe.<br />
Nas modernas sociedades democráticas, por outro lado, o Estado tanto mantém funções na regulação da economia como em sua indução, podendo chegar a exercer papel como investidor direto. Mas o que caracteriza o Estado em uma sociedade de massas madura é sua ação democratizadora.<br />
Os governos devem tornar claros, transparentes, e o quanto possível imunes à corrupção, os mecanismos econômicos que cria para apoiar o desenvolvimento da economia. Um Estado moderno será julgado por sua eficiência para ampliar o acesso à educação, à saúde e à previdência social, bem como pela qualidade da segurança que oferece às pessoas.Cabe às oposições serem a vanguarda nas lutas por estes objetivos.<br />
Defender o papel crescente do Estado nas sociedades democráticas, inclusive em áreas produtivas, não é contraditório com a defesa da economia de mercado. Pelo contrário, é preciso que a oposição diga alto e bom som que os mecanismos de mercado, a competição, as regras jurídicas e a transparência das decisões são fundamentais para o Brasil se modernizar, crescer economicamente e se desenvolver como sociedade democrática.<br />
Uma sociedade democrática amadurecida estará sempre comprometida com a defesa dos direitos humanos, com a ecologia e com o combate à miséria e às doenças, no país e em toda a parte. E compreende que a ação isolada do Estado, sem a participação da sociedade, inclusive dos setores produtivos privados, é insuficiente para gerar o bem-estar da população e oferecer bases sólidas para um desenvolvimento econômico sustentado.<br />
Ao invés de se aferrarem a esses valores e políticas que lhes eram próprios como ideologia e como prática, as oposições abriram espaço para que o lulopetismo ocupasse a cena da modernização econômica e social. Só que eles têm os pés de barro: a cada instante proclamam que as privatizações “do PSDB” foram contra a economia do País, embora comecem a fazer descaradamente concessões de serviços públicos nas estradas e nos aeroportos, como se não estivessem fazendo na prática o mea-culpa.<br />
Cabe às oposições não apenas desmascarar o cinismo, mas, sobretudo, cobrar o atraso do País: onde está a infraestrutura que ficou bloqueada em seus avanços pelo temor de apelar à participação da iniciativa privada nos portos, nos aeroportos, na geração de energia e assim por diante?<br />
Quão caro já estamos pagando pela ineficiência de agências reguladoras entregues a sindicalistas “antiprivatizantes” ou a partidos clientelistas, como se tornou o PC d B, que além de vender benesses no ministério dos Esportes, embota a capacidade controladora da ANP, que deveria evitar que o monopólio voltasse por vias transversas e prejudicasse o futuro do País.<br />
<u>Oposição precisa vender o peixe</u><br />
Dirão novamente os céticos que nada disso interessa diretamente ao povo. Ora, depende de como a oposição venda o peixe. Se tomarmos como alvo, por exemplo, o atraso nas obras necessárias para a realização da Copa e especializarmos três ou quatro parlamentares ou técnicos para martelar no dia-a-dia, nos discursos e na internet, o quanto não se avança nestas áreas por causa do burocratismo, do clientelismo, da corrupção ou simplesmente da viseira ideológica que impede a competição construtiva entre os setores privados e destes com os monopólios, e se mostrarmos à população como ela está sendo diretamente prejudicada pelo estilo petista de política, criticamos este estilo de governar, suscitamos o interesse popular e ao mesmo tempo oferecemos alternativas.<br />
Na vida política tudo depende da capacidade de politizar o apelo e de dirigi-lo a quem possa ouvi-lo. Se gritarmos por todos os meios disponíveis que a dívida interna de R$ 1,69 trilhão (mostrando com exemplos ao que isto corresponde) é assustadora, que estamos pagando R$ 50 bilhões por ano para manter reservas elevadas em dólares, que pagamos a dívida (pequena) ao FMI sobre a qual incidiam juros moderados, trocando-a por dívidas em reais com juros enormes, se mostrarmos o quanto custa a cada contribuinte cada vez que o Tesouro transfere ao BNDES dinheiro que o governo não tem e por isso toma emprestado ao mercado pagando juros de 12% ao ano, para serem emprestados pelo BNDES a juros de 6% aos grandes empresários nacionais e estrangeiros, temos discurso para certas camadas da população.<br />
Este discurso deve desvendar, ao mesmo tempo, o porquê do governo assim proceder: está criando um bloco de poder capitalista-burocrático que sufoca as empresas médias e pequenas e concentra renda.<br />
Este tipo de política mostra descaso pelos interesses dos assalariados, dos pequenos produtores e profissionais liberais de tipo antigo e novo, setores que, em conjunto, custeiam as benesses concedidas ao grande capital com impostos que lhe são extraídos pelo governo.<br />
O lulopetismo não está fortalecendo o capitalismo em uma sociedade democrática, mas sim o capitalismo monopolista e burocrático que fortalece privilégios e corporativismos.<br />
Com argumentos muito mais fracos o petismo acusou o governo do PSDB quando, em fase de indispensável ajuste econômico, aumentou a dívida interna (ou, melhor, reconheceu os “esqueletos” compostos por dívidas passadas) e usou recursos da privatização – todos contabilizados – para reduzir seu crescimento. A dívida pública consolidada do governo lulista foi muito maior do que a herdada por este do governo passado e, no entanto, a opinião pública não tomou conhecimento do fato.<br />
As oposições não foram capazes de politizar a questão. E o que está acontecendo agora quando o governo discute substituir o fator previdenciário, recurso de que o governo do PSDB lançou mão para mitigar os efeitos da derrota sofrida para estabelecer uma idade mínima de aposentadoria? Propondo a troca do fator previdenciário pela definição de… uma idade mínima de aposentadoria.<br />
<u>Petistas camaleões</u><br />
Se os governistas são camaleões (ou, melhor, os petistas, pois boa parte dos governistas nem isso são: votavam com o governo no passado e continuam a votar hoje, como votarão amanhã, em vez de saudá-los porque se aproximam da racionalidade ou de votarmos contra esta mesma racionalidade, negando nossas crenças de ontem, devemos manter a coerência e denunciar as falsidades ideológicas e o estilo de política de mistificação dos fatos, tantas vezes sustentado pelo petismo.<br />
São inumeráveis os exemplos sobre como manter princípios e atuar como uma oposição coerente. Mesmo na questão dos impostos, quando o PSDB e o DEM junto com o PPS ajudaram a derrubar a CPMF, mostraram que, coerentes, dispensaram aquele imposto porque ele já não era mais necessário, como ficou demonstrado pelo contínuo aumento da receita depois de sua supressão.<br />
É preciso continuar a fazer oposição à continuidade do aumento de impostos para custear a máquina público-partidária e o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. É possível mostrar o quanto pesa no bolso do povo cada despesa feita para custear a máquina público-partidária e manter o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. E para ser coerente, a oposição deve lutar desde já pela redução drástica do número de cargos em comissão, nomeados discricionariamente, bem como pelo estabelecimento de um número máximo de ministérios e secretarias especiais, para conter a fúria de apadrinhamento e de conchavos partidários à custa do povo.<br />
Em suma: não há oposição sem “lado”. Mais do que ser de um partido, é preciso “tomar partido”.<br />
É isso que a sociedade civil faz nas mais distintas matérias. O que o PSDB pensa sobre liberdade e pluralidade religiosa? Como manter a independência do Estado laico e, ao mesmo tempo, prestigiar e respeitar as religiões que formam redes de coesão social, essenciais para a vida em sociedade? O que pensa o partido sobre o combate às drogas? É preciso ser claro e sincero: todas as drogas causam danos, embora de alcance diferente. Adianta botar na cadeia os drogados?<br />
<u>Sinceridade comove a população</u><br />
Há casos nos quais a regulação vale mais que a proibição: veja-se o tabaco e o álcool, ambos extremadamente daninhos. São não apenas regulados em sua venda e uso (por exemplo, é proibido fumar em locais fechados ou beber depois de uma festa e guiar automóveis) como estigmatizados por campanhas publicitárias, pela ação de governos e das famílias.<br />
Não seria o caso de fazer a mesma coisa com a maconha, embora não com as demais drogas muito mais danosas, e concentrar o fogo policial no combate aos traficantes das drogas pesadas e de armas? Se disso ainda não estivermos convencidos, pelo menos não fujamos à discussão, que já corre solta na sociedade. Sejamos sinceros: é a sinceridade que comove a população e não a hipocrisia que pretende não ver o óbvio.<br />
Se a regra é ser sincero, por que temer ir fundo e avaliar o que nós próprios fizemos no passado, acreditando estar certos, e que continua sendo feito, mas que requer uma revisão?<br />
Tome-se o exemplo da reforma agrária e dos programas de incentivo à economia familiar.<br />
Fomos nós do PSDB que recriamos o Ministério da Reforma Agrária e, pela primeira vez, criamos um mecanismo de financiamento da agricultura familiar, o Pronaf. Nenhum governo fez mais em matéria de acesso à terra do que o do PSDB quando a pasta da Reforma era dirigida por um membro do PPS.<br />
Não terá chegado a hora de avaliar os resultados? O Pronaf não estará se transformando em mecanismo de perpétua renovação de dívidas, como os grandes agricultores faziam no passado com suas dívidas no Banco do Brasil? Qual é o balanço dos resultados da reforma agrária? E as acusações de “aparelhamento” da burocracia pelo PT e pelo MST são de fato verdadeiras?<br />
Sem que a oposição afirme precipitadamente que tudo isso vai mal – o que pode não ser correto – não pode temer buscar a verdade dos fatos, avaliar, julgar e criticar para corrigir.<br />
Existe matéria em abundância para manter os princípios e para ir fundo nas críticas sem temer a acusação injusta de que se está defendendo “a elite”. Mas política não é tese universitária. É preciso estabelecer uma agenda. Geralmente esta é dada pelo governo. Ainda assim, usemo-la para concentrar esforços e dar foco, repetição e persistência à ação oposicionista.<br />
Tomemos um exemplo, o da reforma política, tema que o governo afirma estar disposto a discutir. Pois bem, o PSDB tem posição firmada na matéria: é favorável ao voto distrital (misto ou puro, ainda é questão indefinida). Se é assim, por que não recusar de plano a proposta da “lista fechada”, que reforça a burocracia partidária, não diminui o personalismo (ou alguém duvida que se pedirão votos para a lista “do Lula”?) e separa mais ainda o eleitor dos representantes?<br />
<u>Compromisso com o voto digital</u><br />
Não é preciso afincar uma posição de intransigência: mantenhamos o compromisso com o voto distrital, façamos a pregação.<br />
Se não dispusermos de forças para que nossa tese ganhe, aceitemos apenas os melhoramentos óbvios no sistema atual: cláusula de desempenho (ou de barreira), proibição de coligações nas eleições proporcionais e regras de fidelidade partidária, ainda que para algumas destas medidas seja necessário mudança constitucional.<br />
Deixemos para outra oportunidade a discussão sobre financiamento público das campanhas, pois sem a distritalização o custo para o contribuinte será enorme e não se impedirá o financiamento em “caixa preta” nem o abuso do poder econômico. Mas denunciemos o quanto de antidemocrático existe no voto em listas fechadas.<br />
Em suma: não será esta uma boa agenda para a oposição firmar identidade, contrapor-se à tendência petista de tudo burocratizar e, ao mesmo tempo, não se encerrar em um puro negativismo aceitando modificações sensatas?<br />
Por fim, retomando o que disse acima sobre o “triunfo do capitalismo”. O governo do PT e o próprio partido embarcaram, sem dizer, na adoração do bezerro de ouro. Mas, marcados pelos cacoetes do passado, não perceberam que o novo na fase contemporânea do capitalismo não é apenas a acumulação e o crescimento da economia.<br />
Os grandes temas que se estão desenhando são outros e têm a ver com o interesse coletivo: como expandir a economia sem destroçar o meio ambiente, como assegurar direitos aos destituídos deles, não só pela obreza, mas pelas injustiças (desigualdades de gênero, de raça, de acesso à cultura)? Persistem preocupações antigas: como preservar a Paz em um mundo no qual há quem disponha da bomba nuclear?<br />
A luta pela desnuclearização tem a ver com o sentido de um capitalismo cuja forma “selvagem” a sociedade democrática não aceita mais.<br />
Esta nova postura é óbvia no caso da ecologia, pois o natural egoísmo dos Estados, na formulação clássica, se choca com a tese primeira, a da perpetuação da vida humana. O terror atômico e o aquecimento global põem por terra visões fincadas no terreno do nacional-estatismo arcaico.<br />
Há um nacionalismo de novo tipo, democrático, aberto aos desafios do mundo e integrado nele, mas alerta aos interesses nacionais e populares. Convém redefinir, portanto, a noção do interesse nacional, mantendo-o persistente e alerta no que é próprio aos interesses do País, mas compatibilizando-o com os interesses da humanidade.<br />
Estas formulações podem parecer abstratas, embora se traduzam no dia-a-dia: no Brasil, ninguém discute sobre qual o melhor modo de nossa presença no mundo: será pelo velho caminho armamentista, nuclearizando-nos, ou nossas imensas vantagens comparativas em outras áreas, entre elas as do chamado soft power, podem primar?<br />
Por exemplo, nossa “plasticidade cultural mestiça”, a aceitação das diferenças raciais – sem que se neguem e combatam as desigualdades e preconceitos ainda existentes – não são um ganho em um mundo multipolar e multicultural? E a disponibilidade de uma matriz energética limpa, sem exageros de muitas usinas atômicas (sempre perigosas), bem como os avanços na tecnologia do etanol, não nos dão vantagens?<br />
Por que não discutir, a partir daí, o ritmo em que exploraremos o pré-sal e as obscuras razões para a “estatização do risco e divisão do lucro” entre a Petrobras e as multinacionais por meio do sistema de partilha? São questões que não exploramos devidamente, ou cujas decisões estão longe de ser claramente compatíveis com o interesse nacional de longo prazo.<br />
<u>Falta de estratégia</u><br />
Na verdade, falta-nos estratégia. Estratégia não é plano de ação: é o peso relativo que se dá às questões desafiadoras do futuro somado à definição de como as abordaremos. Que faremos neste novo mundo para competir com a China, com os Estados Unidos ou com quem mais seja? Como jogar com nossos recursos naturais (petróleo à frente) como fator de sucesso e poder sem sermos amanhã surpreendidos pelo predomínio de outras fontes de energia? E, acima de tudo, como transformar em políticas o anseio por uma “revolução educacional” que dê lugar à criatividade, à invenção e aos avanços das tecnologias do futuro?<br />
A China, ao que parece, aprendeu as lições da última crise e está apostando na inovação, preparando-se para substituir as fontes tradicionais de energia, sobretudo o petróleo, de que não dispõe em quantidade suficiente para seu consumo crescente. E os próprios Estados Unidos, embora atônitos com os erros acumulados desde a gestão Bush, parecem capazes de continuar inovando, se conseguirem sair depressa da crise financeira que os engolfou.<br />
De tudo isso o PT e seus governos falam, mas em ziguezague. As amarras a uma visão oposta, vinda de seu passado recente, os inibem para avançar mais. Não é hora das oposições serem mais afirmativas? E se por acaso, como insinuei no início deste artigo, houver divisões no próprio campo do petismo por causa da visão canhestra de muitos setores que apoiam o governo e de suas necessidades práticas o levarem a direções menos dogmáticas?<br />
Neste caso, embora seja cedo para especular, terá a oposição inteireza e capacidade política para aproveitar as circunstâncias e acelerar a desagregação do antigo e apostar no novo, no fortalecimento de uma sociedade mais madura e democrática?<br />
Engana-se quem pensar que basta manter a economia crescendo e oferecer ao povo a imagem de uma sociedade com mobilidade social.<br />
Esta, ao ocorrer, aumenta as demandas tanto em termos práticos, de salários e condições de vida, como culturais. Em um mundo interconectado pelos modernos meios de comunicação o cidadão comum deseja saber mais, participar mais e avaliar por si se de fato as diferenças econômicas e sociais estão diminuindo.<br />
Sem, entretanto, uma oposição que se oponha ao triunfalismo lulista, que coroa a alienação capitalista, desmistificando tudo o que seja mera justificativa publicitária do poder e chamando a atenção para os valores fundamentais da vida em uma sociedade democrática, só ocorrerão mudanças nas piores condições: quando a fagulha de alguma insatisfação produzir um curto-circuito. Mesmo este adiantará pouco se não houver à disposição uma alternativa viável de poder, um caminho preparado por lideranças nas quais a população confie.<br />
No mundo contemporâneo este caminho não se constrói apenas por partidos políticos, nem se limita ao jogo institucional. Ele brota também da sociedade, de seus blogs, twitters, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo. Não existe apenas uma oposição, a da arena institucional; existem vários focos de oposição, nas várias dimensões da sociedade.<br />
Reitero: se as oposições institucionais não forem capazes de se ligar mais diretamente aos movimentos da vida, que pelo menos os ouçam e não tenham a pretensão de imaginar que pelo jogo congressual isolado alcançarão resultados significativos.<br />
Os vários focos de insatisfação social, por sua vez, também podem se perder em demandas específicas a serem atendidas fragmentariamente pelo governo se não encontrarem canais institucionais que expressem sua vontade maior de transformação.<br />
As oposições políticas, por fim, se nada ou pouco tiverem a ver com as múltiplas demandas do cotidiano, como acumularão forças para ganhar a sociedade?<br />
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<strong>Fernando Henrique Cardoso</strong>, sociólogo, foi presidente da República (1995-2003) e é presidente de honra do PSDB<br />
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<a href="http://www.oglobo.globo.com/noblat">www.oglobo.globo.com/noblat</a>João da Cruzhttp://www.blogger.com/profile/09225604329496555329noreply@blogger.com0